quarta-feira, 18 de setembro de 2013

Modernismo no Brasil - a 3ª geração: Crítica social e metalinguagem


Depois do modernismo da Semana de Arte Moderna, em 1922 (1ª geração modernista), e do incisivo e duro modernismo de 1930, em que predominou o romance regionalista (2ª geração modernista), começam a se instalar, a partir de 1945/1950, novos rumos para a literatura brasileira.
A data é fundamental para o mundo todo porque corresponde ao término da Segunda Guerra Mundial (1939-1945). O ano de 1945 foi especialmente importante para o Brasil literário, pois também é o ano da morte de Mário de Andrade - o grande artista, poeta e teórico do modernismo. Com sua morte, encerram-se, simbolicamente, as primeiras vanguardas que realizaram a Semana de Arte.
Além desses fatos, uma nova Constituição, a de 1946, estabelecia pactos sociais novos, tidos como modernizantes e mais justos para o país. Ou seja, o Brasil se modernizava, como, aliás, ocorria no mundo todo. E todos olhavam para os Estados Unidos, que crescia como potência.
Poetas, prosadores e artistas em geral, ajustando-se ao mundo pós-guerra, já tinham total liberdade de usar as formas que quisessem e a temática que lhes parecesse mais adequada para interpretar a vida e o nosso país. Com tal liberdade, até a rima poderia voltar aos poemas - e voltou. Por que não?, diziam os poetas. E, embora esse retorno fosse uma espécie de retrocesso da forma, falava-se muito em desenvolvimento e progresso.
Os avanços sociais e tecnológicos pipocavam no mundo todo e (é compreensível) havia uma postura entusiasmada em todas as sociedades -norte-americana, europEia e japonesa: todas em reconstrução. É fácil entender, então, por que se volta a falar em "nacionalismo" e por que se volta a valorizar a arte regional e popular em todos os cantos.

Novos caminhos

No Brasil, a essa geração de escritores dá-se o nome de 3ª geração modernista. Esse início da segunda metade do século 20 tem um momento cultural muito rico, pois as produções literárias, marcadas por todas essas novidades, diversificavam-se; acabava o predomínio da poesia da 1ª geração ou da prosa (2ª geração). Gêneros literários convivem, são feitos experimentos temáticos e linguísticos, e muitos dos textos escritos para os jornais (as crônicas) começam a crescer e ganhar status de literatura.
Excelente momento esse, pois ao mesmo tempo em que a prosa (romance, conto) buscava caminhos para prosseguir, renovando brilhantemente as técnicas de expressão - como fizeram Guimarães Rosa e Clarice Lispector -, a poesia moderna encontrava ainda maior profundidade de temas, de preocupação social e investigação psicológica, com Carlos Drummond de AndradeMurilo MendesCecília Meireles,João Cabral de Melo NetoVinicius de Moraes e outros.

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